domingo, 23 de julho de 2017

O Momento

Autor: Douglas Kennedy
Gênero: Romance
Sinopse: Em uma cidade dividida, um homem descobre que o amor pode mudar o seu mundo para sempre.
Thomas Nesbitt é um escritor recém-divorciado que está em crise de meia-idade. Vivendo de maneira bastante reservada no Maine — em contato apenas com a filha e tentando se recuperar pelo fim de um longo casamento – sua solidão é interrompida em uma manhã de inverno quando recebe uma caixa. O nome Dussmann, que está marcado no embrulho, o desestabiliza completamente, pois pertence à mulher com quem ele teve um caso de amor intenso, em Berlim, 25 anos antes. Durante um período em que a cidade era dividida em duas e as lealdades pessoais e políticas eram frequentemente intimidadas pelas sombras profundas da Guerra Fria. Recusando-se, inicialmente, a enfrentar o que ele pode encontrar na caixa, Thomas é forçado a lidar com um passado que manteve secreto durante toda a vida. No processo, ele acaba revivendo os meses que passou em Berlim, lugar onde pela primeira e única vez descobriu a força extraordinária do verdadeiro amor. Petra Dussmann, a mulher para quem ele entregou seu coração, não era apenas uma refugiada e sim alguém que vivia com uma tristeza profunda permanente que acabou reescrevendo o destino dos dois.

      É difícil falar sobre esse livro sem explicitar o seu desenrolar. Dividido em três partes, o livro inicia-se com o personagem no presente, lidando com o divórcio e também mostrando um pouco do temperamento do personagem. Logo depois do recebimento da caixa, a narração volta-se para o passado durante a Guerra Fria e o caso de amor com a alemã Petra Dussmann. Ao fim da história, a narração retorna ao presente e o desenrolar após o recebimento da caixa. Essa última parte é a mais difícil de comentar, mas devo dizer que esse livro foi um dos melhores que já li.
      Eu não estava dando muito para o livro, mas, a cada página, eu encontrava motivos para continuar lendo e me prendia à história de Thomas Nesbitt. Um fato interessante que faço sobre a segunda parte do livro (da qual é seguro falar sem dar spoiler) é que, apesar de saber que não ficariam juntos, afinal, ele recebe a caixa dela 25 anos depois, enquanto passa por um divórcio com outra mulher, de um passado que ele havia enterrado, eu torcia, a cada página eu torcia pela felicidade dos dois, como se, ao torcer com bastante força, eu pudesse mudar a história escrita no papel. 
      O autor soube colocar de forma honrável no livro sentimentos humanos, crenças e colocações sobre esperança, sorte, passado e romance que vão de encontro às nossas percepções e àquilo que muitas vezes não temos coragem de admitir. Douglas Kennedy soube escrever de forma que você, como leitor, identificasse-se com os personagem. Outros dois feitos de Kennedy que me marcaram na leitura desse livro foi o seu conhecimento e a sua descrição do período retratado, fazendo com que você realmente entrasse no livro, no período, trazendo, sem muito esforço, as percepções do período da Guerra Fria ao leitor, que, pelo menos para leitores mais jovens como eu, não experimentaram. 
     Como última colocação, coloco o tema principal do livro, 'Amor', no foco. O autor tem os meus parabéns por escrever de forma tão realista, não enfeitada, mas também sem secura, o amor, o que é estar apaixonado e conhecer o amor de sua vida, apaixonar-se e receber amor, fazendo-nos ansiar por encontrar um amor assim nos anos que ainda temos pela frente. 
     Coloco nesse livro muito mais do que 5 estrelas e recomendo-o para qualquer tipo de leitor, me esforçando para não escrever o que esperar ou não do livro, mas sim, desafiando você leitor, a se aventurar na história de Thomas Nesbitt, assim como ele aventurou-se no amor durante seu tempo em Berlim Ocidental.  


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